Passar o pénis por um buraco sem ver o que o espera do outro lado? Parece ousado para quem não tem formação. Mas é precisamente esta redução total ao que é sexualmente essencial - a satisfação do prazer - que, juntamente com o anonimato, torna os glory holes tão apelativos. Um pequeno guia para os glory holes.
Glory Holes - O que é que tem de mais fixe?
Quem usa um glory hole não pode falar nem confessar-se. O que a maioria das pessoas foi treinada a fazer pela sua educação, nomeadamente a ver o seu semelhante como um todo, como um ser com um passado e uma vida anímica, como um entrelaçamento de experiência e conhecimento, humor e vulnerabilidade - meu Deus -, todo este lastro de avaliação interpessoal do carácter e da aparência é poupado pela visão limitada e pela secção de comunicação de um glory hole. Pura despersonalização. Fixe.
Como todas as oportunidades de encontro centradas no sexo, um glory hole oferece uma oportunidade de sair da rotina da vida quotidiana. Há relativamente poucos impasses, quase nenhum espaço para jogos mentais inquietantes do tipo "posso-agora" ou sentimentos de vergonha: um glory hole estreita o corredor da ação de uma forma descontraída e excitante.
O homem é reduzido à sua pila, a mulher à sua função de "máquina de ordenha". A não ser que ela própria queira ser servida - algumas senhoras gostam de manter as suas nádegas na abertura para isso. Um glory hole significa clareza de um tipo raramente visto noutro lugar.
Os tabus rei do glory hole: sexo sem proteção e engolir esperma. Todas estas directrizes aplicam-se sobretudo aos glory holes dos estabelecimentos acima mencionados. Os buracos não oficiais, por outro lado, albergam os perigos das zonas de mercado negro sem lei. O que se negoceia é o que se exige. Mas porquê correr riscos? A vida é tão bela. Sobretudo quando a reduzimos ao essencial situacional para momentos intensos. Buraco de glória -lujah!
Descomprometidos, anónimos, clandestinos: a história dos glory holes remonta ao Antigo Egipto. As representações artísticas provam que mesmo a Grécia antiga não perdeu a técnica cultural dos glory holes. Independentemente disso, os glory holes espalharam-se até na região asiática.
No século XVI, os glory holes voltaram a aparecer cada vez mais nos becos, bordéis e casas de banho europeus. No entanto, ao contrário dos glory holes dos séculos XIX e XX, o contacto homossexual clandestino não era o elemento principal: a satisfação rápida, anónima e sem problemas do prazer era o principal objetivo.
As fontes indicam que os glory holes eram considerados um divertimento e um passatempo bastante inofensivos no início do período moderno. Com a ascensão do Império Britânico, foram rapidamente encontrados na Índia, Austrália e Canadá.
Só no século XIX é que se solidificou a ligação entre os glory holes e a homossexualidade. Os encontros anónimos destinavam-se, em parte, a evitar a chantagem numa época em que a homossexualidade era punida - o que ainda era o caso nos EUA até 1962 e na Alemanha até 1969. Os buracos não se encontravam apenas em casas de banho e clubes relevantes, mas também em bibliotecas, por exemplo. Quem diria que a palavra "biblioteca" iria aparecer neste texto?
Nos anos 60, os glory holes conquistaram as saunas americanas. Muitas delas transformaram-se em pontos de encontro para a comunidade gay. A epidemia de SIDA dos anos 80 pôs fim a esta situação. Nova Iorque, por exemplo, ordenou o encerramento de todas as saunas gay em 1985.
Já antes disso, os "glory holes" estavam a transbordar para o negócio do entretenimento heterossexual. A necessidade que tinha levado os homens a manter o contacto sexual através de buracos nas paredes, há apenas 100 anos, tinha dado lugar ao desejo de um anonimato excitante e sem perigos.JOYclub: O que é isso?
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